Pedro Lamy "nervoso" e confiante numa vitória em Le Mans

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Resistência. Circuito francês recebe corrida mais famosa da especialidade

Peugeot fez grande investimento para tentar impor-se à Audi

Já diz o ditado popular que o esforço compensa e a equipa de Pedro Lamy, Stéphane Sarrazin e Alexander Wurz confirmou-o ao partir hoje (15.00, Eurosport) da pole position para a 76.ª edição das 24 Horas de Le Mans aos comandos do seu Peugeot 908 HDI FAP (que tem o n.º 8).

À frente na lendária prova do automobilismo de resistência seguem ainda o Peugeot n.º 9 de Montagny, Klien e Zonta e o "sete" de Gene, Minassian e Villeneuve, ambos firmes no segundo e terceiro lugares pela rapidez consistente nas classificações antes da prova. O português João Barbosa, de novo ao volante do Pescarolo-Judd, da Rollcentre Racing, assegurou a 18.ª posição e parte com menos pressão que o conterrâneo para as 24 Horas que se seguem.

"A aposta da Peugeot é muito forte para Le Mans: desde o ano passado que todos os recursos têm sido aplicados para ganharmos agora", sustenta Michel Barge, director da Peugeot Sport, somando na memória os muitos testes, simulações e quilómetros rodados em prol da evolução de um protótipo que se mostrou imbatível em todas as qualificações. "Sabemos que nada é certo, mas os carros estão mais leves, a equipa técnica foi brilhante a resolver as dificuldades e tentámos dar o menor espaço possível ao acaso", frisou.

Pedro Lamy sente-se, de facto, um dos favoritos e confia que "desta vez é que vai ser". Já Biela, Werner e Pirro, os pilotos da Audi vencedores das duas últimas edições, fazem fé na sua própria subida ao pódio: "A disputa será maior que nunca, mas temos a nossa estratégia e esperamos que ela resulte mais uma vez."

O certo é que para muitos a pole position de Lamy, Sarrazin e Wurz é apenas simbólica, pois numa prova longa e dura como Le Mans a resistência do carro importa mais que a velocidade. Ainda assim, os tempos imbatíveis dos últimos dias garantem que os "leões" tencionam mostrar as garras aos eternos rivais dos Audi R10, colocados logo a seguir na grelha de partida. E os seis competidores a diesel só não monopolizaram todos os melhores tempos porque Stefan Mücke foi brilhante a conduzir o Lola Aston Martin n.º 10 e tirou a sexta posição a Biela.

"Já esperávamos estar mais rápidos que a Audi, só não sabemos para o que eles se estão a guardar", comentava ontem Lamy, nervoso com a pressão e a espera. "Sei que quando arrancar e me concentrar a sério isto passa, mas para já sinto uma grande responsabilidade", acrescentava. Também João Barbosa está ciente das dificuldades e do domínio de Peugeot e Audi, mas aguarda tranquilo o tiro de partida e está decidido a fazer "pelo menos a mesma corrida do ano passado", em que foi quarto da geral.

Um terceiro português em prova é o empresário Miguel Pais do Amaral, a correr pela Quifel ASM Team com um Lola B05/40, na categoria LMP2 (de carros semelhantes, mas motores menos potentes que os LMP1). Aqui, é Patrick Long quem tem a pole ao volante de um Porsche 997 GT3 RSR. Miguel só tem de se preocupar em "chegar ao fim, de preferência no top 3" da categoria. "Esta não é uma corrida para se andar depressa e sim fazer render bem o carro", aponta.

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